Confira a matéria completa com o Dr. Davi Haje na Ed. 94 da Revista Iate Clube Brasília

Por meio de métodos inovadores, o sócio Davi Haje consegue proporcionar a pacientes adultos e crianças uma nova vida

Frequentador do Iate desde a mais tenra idade, windsurfista, tenista, mesatenista, nadador ou beachtennista nas horas vagas, pai da Isabela e do Rafael, casado  com  a Mariângela,  o  professor  e  médico ortopedista Davi Haje é referência mundial quando os assuntos são patologias do pé, ortopedia infantil, deformidades do tórax e da coluna vertebral.

O estudo intenso sobre essas áreas faz parte da sua rotina. Um legado do seu pai, o renomado Dr. Sydney  Haje, falecido em 2012, que foi conhecido internacionalmente por seu trabalho pioneiro em deformidades da parede torácica, incluindo a criação de um protocolo de tratamento para as condições de pectus carinatum (peito de pombo) e pectus excavatum (peito escavado).

Mas Davi Haje foi além. A partir dos resultados obtidos pelos pacientes do seu pai, viu que era possível e conseguiu melhorar os dispositivos para tratar pectus (o que foi reconhecido como invenção pelo escritório de patentes europeu e brasileiro), tendo ainda criado um colete para cifose.

Em outra frente, Davi Haje começou a aplicar o método Ponseti para tratar adultos com deformidades nos pés. A técnica consiste em engessar semanalmente os membros inferiores para remodelar os pés até que fiquem em posição natural e, quando necessário, é feita uma pequena incisâo para completar a correção. A terapia, criada na década de 1950 pelo espanhol Ignacio Ponseti, era usada apenas em crianças com até 1 ano de vida.

“Utilizava  o  tratamento  em  crianças  e adolescentes e, dados os êxitos dos casos, resolvi testar em adultos também. O que posso concluir, após anos de trabalho e estudos clínicos, é que os resultados com essa técnica são mais satisfatórios em relação à correção com cirurgia”, detalha Davi Haje.

O primeiro caso adulto de reversão já publicado na literatura médica ocorreu em 2019, quando o médico brasiliense reverteu a anomalia congênita de uma mulher de 26 anos. A terapia foi destaque no Iowa Orthopedic Journal, dos Estados Unidos, em março de 2021, no Journal Bone and Joint SurgerY – Case Connector e, recentemente, no Journal Foot and Ankle Clinics, após convite do Dr. Myerson, ícone mundial da cirurgia de pé.

Entre os outros casos de sucesso, Haje destaca o da paciente Leiliane Melquíades que, somente aos 37 anos, calçou um par de tênis pela primeira vez, doado pelo médico. Após sete meses de tratamento no Hospital de Base, a pernambucana voltou para a sua cidade natal, mas, antes disso, pôde realizar outro sonho: entrar andando com os pés corrigidos na igreja no dia do seu casamento, com o noivo que conheceu durante seu tratamento em Brasília.

Os  tratamentos  ortopédicos  também  são conduzidos no Centro Clínico Orthopectus. É na clínica que o trabalho de ajudar mais pessoas vai além, local em que atende vários pacientes de outros estados e recebe doações que leva ao SUS. “Hoje, por exemplo, graças às doações dos pacientes, conseguimos aumentar o banco de órteses do SUS”, revela o doutor.

Segundo o médico, o tratamento do pé torto congênito exige o uso de uma órtese para manutenção da correção do pé após a etapa de gessos. Com as doações recebidas, será possível viabilizar a retirada de gessos mais rapidamente dos pacientes atendidos pelo Sistema Único.

Haje conta que é “gratificante proporcionar uma nova vida aos meus pacientes. Hoje, compartilho os resultados e os estudos do método com médicos do mundo inteiro para que mais pessoas tenham a oportunidade de vivenciar isso”.

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